Reprodução Das aves marinhas nidificantes em Portugal, o Pintainho é a que se reproduz mais cedo no ano, iniciando o seu período reprodutor em Dezembro, efectuando as primeiras posturas em Fevereiro e começando a fase de incubação ao longo do mês de Março. Por volta de Maio, os juvenis abandonam os ninhos, partindo para o mar. Esta espécie não apresenta uma migração de longa distância, permanecendo próximo das ilhas onde nidifica Distribuição e tamanho populacional Esta é uma espécie que se apresenta distribuída pelo Atlântico, Pacífico e Índico e da qual estão diferenciadas 8 subespécies. A que ocorre em Portugal, P.a.baroli é endémica da Macaronésia sendo exclusiva dos Arquipélagos da Madeira, dos Açores e de Canárias. Em Cabo Verde ocorre o P.a.boydi. É pouco abundante no Arquipélago da Madeira, excepto nas Selvagens, onde é abundante e apresenta uma população superior a 2050 pares (Oliveira & Moniz 1995) que se encontra aparentemente estável. Nos Açores existem cerca de 1500 casais distribuidos pela totalidade do Arquipélago. Identificação Nos mares da macaronésia poderá ser confundido, numa primeira abordagem, com o Patagarro, Puffinus puffinus, do qual se distingue pelo menor tamanho e pelo facto da plumagem preta da cabeça não descer abaixo dos olhos. No Pintainho os olhos surgem já na zona clara da face. Habitat O Pintainho nidifica em falésias de pequenas ilhas e ilhéus. Os seus ninhos são construídos em cavidades e buracos de rochas, assim como em muros e por baixo de pedras soltas. Conservação Ameaças Tal como para a maioria das aves marinhas, as principais ameaças, estão relacionadas com a presença de mamíferos introduzidos nas proximidades dos seus locais de nidificação, sejam ratos, gatos ou outros. Outro factor limitante identificado é a competição por locais de nidificação com outras espécies que conduz a taxas de insucesso reprodutor que podem atinjir os 34% (Moniz et al 1997). Estado de conservação e instrumentos legais de protecção O Pintainho é uma ave vulnerável dependente de gestão que se encontra no Anexo I da Directiva Aves e no Anexo II da Convenção de Berna. Uma parte significativa do seu habitat de nidificação está incluido no Anexo I da Directiva Habitats. Estado actual do conhecimento em Portugal Os únicos dados disponíveis sobre esta espécie em Portugal referem-se a censos populacionais durante a época de reprodução. A maioria das colónia é pouco conhecida. Moniz, P.; L. Monteiro e P. Oliveira 1997. The Little shearwater. In Hegemeijer, W. e M. Blair (eds) 1997. The EBCC Atlas of European Breeding Birds. Their Distribution and Abundance. T & AD POYSER. Oliveira, P. e P. Moniz 1995. Breeding Chronology of the Litlle shearwater Puffinus assimilis, in Selvagem Grande. Proc. of the 5th. International Seagroup Conferende. Glasgow. |